segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Carioca da gema, Paulista do coração... há trinta anos!!!


Claudio reuniu nossos Amigos no Rio e fez uma festa de bota-fora para mim. Mudei para São Paulo logo depois, num sábado. Cheguei à tardinha e na segunda-feira comecei no meu novo trabalho. Vou ficar um ano para ver se vai dar certo, pensei.

Trabalhei com dois mineiros, o Edson e o Siqueira. O Edson repetia a frase em São Paulo a gente leva o ouro, mas deixa o couro...

Era o início da informatização das empresas e as rotinas nos escritórios estavam mudando. Quando recebi um microcomputador para trabalhar me senti importante. Depois chegaram os telefones celulares e a nossa vida nunca mais foi a mesma. Mudou para 24/7.

Por causa das diferenças de fuso horário, chegava mais cedo no escritório para falar com clientes e fornecedores europeus e saía mais tarde para poder falar com os americanos no mesmo dia.

Em compensação, depois de um ano e meio de trabalho, saí em férias. Consegui realizar o sonho de conhecer a Europa.

Quando voltei da viagem, o Siqueira apresentou-me a uma nova colega que ficava do outro lado da divisória. Casei com ela dois anos depois.

E continuamos trabalhando, viajando e realizando sonhos.

Havia horário para chegar no escritório, mas não para sair. Levava trabalho para casa nos finais de semana. Com o tempo, meu cabelo que era farto começou a rarear, ficou grisalho. Meu peso aumentou e a pressão arterial também. Aprendi a conviver com o stress.

E exatamente hoje, completo 30 anos na cidade. E continuo por aqui. Consegui bons Amigos, fiz muitas viagens e realizei sonhos.

Lembro de uma outra tarde, pouco tempo depois da mudança para São Paulo: Estava parado no trânsito e enxerguei uma lua enorme, rosada, sobre o Jockey Clube. O céu estava cor-de-rosa. Percebi que já estava completamente apaixonado por essa cidade extraordinária que tem um coração enorme: um coração do tamanho do Brasil!




Festa bota-fora, Turma do Arpoador 1986



Dedicado a três ex-colegas de trabalho - Siqueira, Julinho e Evandro - que tornaram-se Amigos depois de anos e anos nas mesas ao lado, compartilhando a rotina e os grandes e pequenos momentos da minha vida corporativa nesta cidade.



(Baseado no texto Uma declaração de amor... a São Paulo!, de minha autoria, vencedor do concurso cultural “Conte sua história de São Paulo”, da Revista ÉPOCA São Paulo e Museu da Pessoa, em 2013)


sexta-feira, 17 de junho de 2016

MAHAR: de Universitário a Blogueiro


A primeira frase que ouvi dele foi:


_Muito prazer, José Rezende, mas pode me chamar de Jotabê porque José Rezende é um nome assim... muito INSS!...


Eu acabara de conhecê-lo, na Aula Magna, no início do curso na Faculdade de Direito do Catete, em 1972.


Vou gostar desse cara, pensei com meus botões. E ficamos amigos.


Uma noite ele chegou usando calça jeans e camisa de abotoar enorme, branca com estampados pretos, meio aberta no peito para suportar o final de verão no Rio.


Diante dos olhares de espanto dos nossos colegas de turma que usavam, invariavelmente, terno ou tailleurs, ele mesmo perguntou e respondeu:


- Gostaram do figurino? Essa camisa é a última moda na periferia!...


Naquele tempo ele já não se preocupava muito com elegância no vestir.


Para finalizar a descrição, ele era magro - como todos nós - e usava bigode com as pontas torcidas e espiraladas, como um jovem Salvador Dali, mas ele sempre corrigia: Salvador DAQUI...


Completamente apaixonado por automóveis, de vez em quando me chamava para dar uma volta na Alfa, mas havia um pré-requisito: O passeio tinha que ser à (moda) européia, isto é, com o cinto de segurança afivelado. E lá íamos nós, Mahar ao volante, Paulinho ao lado e no banco de trás São Cristóvão (Valei-me!!!) e eu, fazer os pneus cantarem na Estrada das Canoas, à noite. Em alguns trechos ele apagava os faróis...


O tempo passou e em 1980 reencontrei Jotabê no Arpoador.


Lá ele era o Mahar com a Honda 500 Four prateada e muitas histórias para contar, falando ou escrevendo. Percebi que ele era uma das figuras mais conhecidas do motociclismo carioca.





Espirituoso, bem falante, simpático como sempre, apresentou-me aos amigos e fiquei enturmado. Uma das primeiras pessoas que conheci através dele foi a Dra.Iaci.





E o Arpoador virou mania. Era o ponto de encontro da turma o ano inteiro, mas no Carnaval o Arpoador mudava para Cabo Frio, em frente ao Hotel Malibu.





Em um dos carnavais em Cabo Frio, almocei na casa dele. A mãe, a “General”, preparou um cozido que comemos em prato fundo até, literalmente, cairmos, um para cada lado, em sono profundo. O Telmo, do Museu do Surf, estava nesse rega-bofe.



Em outro carnaval, bem mais recente, no Rio, ele estava internado por causa da diabetes. No hospital conheci Pierre e Jason. Foi a única vez que vi Mahar triste.





Depois só estive com ele em aniversários e festas da turma. Ele já usava a bengala.





Acompanho o blog que tem um estilo inconfundível. Adoro suas frases criativas, de impacto, mas com absoluta precisão e bom-humor.





Quanto mais o tempo passa, mais acredito em reencontros e agora, com a perda do nosso Amigo, só tenho uma certeza:





Ele tem uma “vaga para carro grande” no meu coração...




Com carinho para José Benedito Rezende, O Grande Mahar


Imagem: Mahar visitando orfanato no Natal - foto Sergio Santos c.1985


Links:



maharpress.blogspot.com/
O amigo Mahar, idealizador e dono do blog Maharpress, se foi. Mas seu trabalho continua como se o blog tivesse piloto automático.






Vídeos no YouTube:





Trecho da matéria sobre o encontro de Águas de Lindóia, exibido em Maio de 2007, pelo programa de Tv A Biela onde o jornalista José Rezende Mahar fala sobre ...
youtube.com












... https://youtu.be/KISA-MeNFiQ


No contexto do VII ABC Old Car foi realizada a palestra de José Rezende Mahar, conhecido e respeitado jornalista de automóveis. Na palestra Mahar discorreu s...
youtube.com

PARA VISUALIZAR EM SMARTPHONE, CLIQUE 
"VISUALIZAR VERSÃO PARA WEB"
NO RODAPÉ DA PÁGINA.




domingo, 28 de fevereiro de 2016

Vou te contar...


Ontem, sábado, saí de casa cedo para ir à escola, à Escola do Escritor.


Queria descobrir os segredos do Conto, com a ajuda do Ricardo Ramos Filho, autor consagrado, com mais de vinte livros publicados.


Tenho usado a crônica como forma de expressão, mas, confesso, o conto sempre me fascinou.


E lá fui eu. No café, logo na chegada, começou o entrosamento do grupo. Na aula, incentivados pelo Ricardo, todos participaram ativamente. O clima era de boa camaradagem. Uma turma simpática e criativa já estava formada antes da hora do almoço. Senti-me, desde o início, entre amigos.


Agora sei que o conto é um formato com muitas possibilidades e utilizado por muitos autores de renome. Já estou rascunhando alguma coisa. Vou praticar para aprender...


Vai ser muito bom se o grupo não dispersar. Que tal escrevermos um livro nosso, de contos, publicado pela Scortecci, para a Bienal 2016? A turma aceita o desafio?



O Curso em Valores:



Taxa de inscrição: $195,00


Almoço no Bentoo, em frente: $12,00


Estacionamento ao lado: $10,00


Um sábado entre livros e escritores amigos: Não tem preço!!!




Sala de aula com vista para o Jardim Literário, no Espaço Scortecci, no bairro Pinheiros, SP

 Imagem de Elianete Vieira